LUTO EM COMUNIDADE

Em seguida, dirigiu-se a uma cidade chamada Naim, indo com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva; e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade. Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: ‘Não chores’. Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o transportavam pararam. Disse então: ‘Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!’. O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe.” (Lucas 7,11-15)

Eis o que essa passagem me traz à mente: lágrimas vivificantes, em oposição às lágrimas de morte, que tendemos a derramar em excesso, se nos isolarmos demais. A viúva de Naim não chora em isolamento, mas em comunidade, e diante do Senhor (presumo que ela esteja chorando, porque Ele diz: “Não chores”), e Ele “compadece-Se dela” e ressuscita seu filho dentre os mortos.

Minhas lágrimas, derramadas diante do Senhor, não trazem meus entes queridos falecidos de volta à vida de forma tão dramática. Mas percebo que elas me trazem de volta à vida, do buraco escuro que é o luto em isolamento, quando saio e me deixo chorar diante d’Ele e do resto dos vivos, em comunidade. Meu Senhor, vivo e vivificante, junto com outras pessoas a meu lado, são minha tábua de salvação, se eu me permitir sofrer entre os vivos. “Não morrerei, antes viverei, para narrar as obras do SENHOR” (Salmo 118,17).

Versão brasileira: João Antunes

© 2024, Ir. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com