JULGANDO OS PECADOS DOS OUTROS

Um fariseu convidou-o para comer consigo. Entrou em casa do fariseu, e pôs-se à mesa. Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como pecadora, ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro com perfume. Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com perfume. Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: ‘Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!’.” (Lucas 7,36-69)

Embora esse fariseu seja considerado um homem “justo” de acordo com os padrões de seu mundo, não é chamado de “justo” na narrativa do Evangelho. Sua arrogância o leva a julgar mal tanto Cristo quanto a mulher na situação descrita aqui. O fariseu esperava que Jesus rejeitasse o toque dela publicamente, pois sua atitude de julgamento o levou a desvalorizar tanto o convidado quanto a mulher que apareceu sem ser convidada.

No entanto, reflito sobre o fato de que um homem verdadeiramente justo, segundo o Evangelho, teria uma reação diferente em relação a uma mulher “pecadora”. Estou refletindo, especificamente, sobre a reação do justo José, quando percebeu que a virgem prometida a ele, Maria, estava grávida. “José, seu esposo, que era um homem justo”, lemos em Mateus 1,19, “e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente”. Há compaixão e discrição na reação desse homem justo ao que parecia ser uma mulher pecadora. Sim, ele havia decidido mandá-la embora, mas não queria “difamá-la”, ao contrário do que o fariseu esperava que Cristo fizesse com a mulher “pecadora”.

Sei que há muito mais a ser dito sobre essa passagem. Mas, hoje, estou apenas observando que devo ser cauteloso ao julgar os “pecados” dos outros, porque somente Deus sabe “que espécie de pessoa é a mulher (ou o homem)” que cada um de nós é, e é Ele Quem nos julgará no final. Senhor, graças Te dou por nos permitir nos aproximar de Ti, a despeito da “espécie de pessoa” que os outros possam pensar que somos.

Feliz quarta-feira, queridos amigos!

Versão brasileira: João Antunes

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