FICAR PARALISADO NO VIÉS DA CONFIRMAÇÃO

Feliz o homem que não segue o conselho (ἐν βουλῇ) dos ímpios…” (Salmo 1,1a)

É difícil discernir qual é “o conselho dos ímpios”, principalmente quando ele nos é oferecido por amigos. Isso geralmente acontece em momentos em que estamos especialmente vulneráveis e desorientados por nossas próprias limitações, como um ressentimento de longa data em relação a um colega, chefe ou parente difícil, ou como uma obsessão ou frustração de longa data com alguma pessoa ou coisa. Nesses momentos, nossos amigos podem entrar em cena para nos “apoiar” com conselhos que, na verdade, são “ímpios”. Pude perceber que isso não acontece basicamente porque eles, nossos amigos, são “ímpios”, mas porque nós, em certos estados de ilusão/desorientação ímpia, surdos à voz de Deus, e ao apresentarmos os “fatos” aos nossos amigos, tendemos a induzí-los a dar o tipo de “conselho” que queremos ouvir. Hoje em dia, também fazemos isso em nossa política, buscando “viés de confirmação” ou o tipo de informação que queremos ouvir.

Hoje, que eu tenha honestidade, ou seja, humildade, sempre que buscar o “conselho” de outras pessoas, para que eu não fique paralisado em minhas próprias ilusões, mas cresça, “como a árvore plantada à beira da água corrente”, como diz mais adiante nesse salmo: “Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem toma parte na reunião dos libertinos; antes põe o seu enlevo na lei do SENHOR e nela medita dia e noite. É como a árvore plantada à beira da água corrente…” (Salmo1,1-3a).

Versão brasileira: João Antunes

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