BOM É DIGNIFICANTE

Tornai-nos dignos (Καταξίωσον, Сподоби), SENHOR, de nos conservar (φυλαχθῆναι, сохранитися), nesta noite, sem pecado…” (Oração, Vésperas bizantinas)

Uma escolha de palavras intrigante, não é mesmo? A primeira palavra dessa oração, “καταξίωσον” no original em grego, envolve essa ideia de sermos tornados/julgados “dignos”, ou seja, “considerados” e “dignos”. Portanto, “nos conservar sem pecado” para fazer as escolhas sadias nesta noite, à luz de Deus, em vez das não sadias, é dignificante. E todos nós sabemos que isso é verdade, por experiência própria: Se, nesta noite, eu optar por comer demasiado, ou beber demasiado, ou dormir de menos, digamos, se eu ficar assistindo a alguma série de algum streaming até tarde da noite, eu costumo acordar me sentindo um pouco “indigno” e, de alguma forma, com menos “valor” para mim e para os outros.

Meu ponto principal aqui é que a oração citada acima não significa que Deus é Aquele que às vezes nos vê como tendo “valor” e às vezes não. Essa oração, como qualquer outra oração em nossa bela Tradição, não existe para orientar Deus ou para mudar Sua atitude em relação a nós. Deus é imutável: Ele sempre nos ama, sempre quer o bem para nós e está sempre nos dando a liberdade e a oportunidade de escolher a luz em vez das trevas.

As orações existem para nos ensinar a falar com Ele nos termos adequados e à luz de Suas verdades vivificantes, como a simples verdade de que fazer escolhas sadias nesta noite é dignificante. Portanto, que eu não me prive do “valor” que o meu Criador invariavelmente atribui a cada um de nós, tendo nos chamado à existência e continuamente nos chamando a participar de Seu tipo de ser, um tipo de ser digno. Que eu escolha a luz em vez das trevas neste dia e nesta noite, fazendo escolhas sadias à luz de Deus. Porque eu, como cada um de nós, “valho a pena”.

Versão brasileira: João Antunes

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