“Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. De fato, num só Espírito, nós fomos todos batizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos.” (1ª Coríntios 12,12ss)
O Corpo de Cristo, a Igreja, é, entre outras coisas, a resposta de Deus à nossa necessidade humana de “pertencimento”. E, no entanto, parece que é na Igreja, tanto em nossa época quanto na época de São Paulo (e é por isso que ele escreve as certezas mencionadas acima), que muitos de nós, pelo menos de tempos em tempos, facilmente sentimos que “não” pertencemos. Por quê?
Pelo que tenho observado, geralmente é por causa de nossas distinções temporais, meramente humanas, uns dos outros. De nacionalidade ou origem étnica (por exemplo, não gregos ou não russos podem às vezes se sentir isolados em uma paróquia grega ou russa), ou de estado civil (por exemplo, pessoas solteiras ou divorciadas podem se sentir como pessoas de fora em uma paróquia composta predominantemente por famílias), ou de gênero ou educação (por exemplo, mulheres, especialmente as com alto nível de educação, podem se sentir preteridas em determinadas paróquias), ou de idade (por exemplo, um jovem pode se sentir deslocado em uma comunidade eclesiástica mais idosa), ou do “estilo” pastoral e da insensibilidade do nosso pároco em relação a tudo isso.
Mas nós “pertencemos”, nos recorda São Paulo, — “todos” nós, — em qualquer paróquia, e independente de todas as coisas acima. Como? “Num só Espírito” e “bebendo de um só Espírito”. Ele é o fundamento de nossa unidade, não apenas aos domingos, mas todos os dias, a menos que confiemos em algo ou alguém como o alicerce de “nós”. Portanto, se eu me sentir como se não pertencesse à igreja hoje, talvez até mesmo em meio à agitação do trabalho relacionado à igreja, que eu volte correndo para a Fonte da Unidade neste mundo e para a fonte da visão gentil que é a humildade. “Pai Nosso”, digo nesta manhã, como nosso Senhor nos ensinou a rezar, “seja feita a Tua vontade” com cada um de nós hoje, como o Senhor achar melhor. E graças Te dou, Senhor, por cada um de nós.
Feliz quinta-feira, queridos amigos!
Versão brasileira: João Antunes
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