“Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: ‘Este acolhe os pecadores e come com eles’. Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: ‘Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida. Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão’. ‘Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida. Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte’.” (Lucas 15,1-10)
Com essas duas parábolas, Nosso Senhor aborda a “murmuração” dos fariseus e doutores da Lei contra o fato de Ele acolher pecadores e comer com eles. Ambas as parábolas ilustram a abordagem “pastoral” do Bom Pastor, que vai ao encontro daqueles que estão perdidos. Como mulher, acho particularmente tocante que, nesse contexto, o Senhor nos ofereça não apenas uma imagem da vida de um homem (na primeira parábola), mas também outra — da vida de uma mulher (na segunda). Assim, tanto os homens quanto as mulheres da multidão que ouviam os ensinamentos do Senhor podiam se identificar mais facilmente com a alegria divina de Sua obra pastoral e salvífica.
Ele está convidando a cada um de nós, homens e mulheres, a participar de Sua alegria, bem como de Sua obra? É claro que sim. Porque todos na Igreja ou “ekklesia” (do verbo grego “ekkaleo”, que significa literalmente “chamar para fora” ou “convocar”) são convidados a participar da vida (e da morte) do Bom Pastor e de Sua obra salvífica. Fazemos isso de diferentes maneiras, na jornada carregando a cruz, mas ninguém está dispensado do “grupo de busca” pelos “perdidos” em nosso meio. Portanto, que eu me junte a esse “grupo” hoje, da maneira que for chamada a fazer, assim como o “grupo” sai para me encontrar, sempre que sou eu quem está perdida.
Versão brasileira: João Antunes
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