PREOCUPAÇÕES FINANCEIRAS E DEUS

Dentre a multidão, alguém lhe disse: ‘Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo’. Ele respondeu-lhe: ‘Homem, quem me nomeou juiz ou encarregado das vossas partilhas?’. E prosseguiu: ‘Olhai, guardai-vos de toda a ganância, porque, mesmo que um homem viva na abundância, a sua vida não depende dos seus bens’. Disse-lhes, então, esta parábola: ‘Havia um homem rico, a quem as terras deram uma grande colheita. E pôs-se a discorrer, dizendo consigo: Que hei-de fazer, uma vez que não tenho onde guardar a minha colheita? Depois continuou: Já sei o que vou fazer: deito abaixo os meus celeiros, construo uns maiores e guardarei lá o meu trigo e todos os meus bens. Depois, direi a mim mesmo: Tens muitos bens em depósito para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Deus, porém, disse-lhe: Insensato! Nesta mesma noite, vai ser reclamada a tua vida; e o que acumulaste para quem será? Assim acontecerá ao que amontoa para si, e não é rico em relação a Deus’.” (Lucas 12,13-21)

Por que Cristo está se recusando a ser “juiz” ou “encarregado das partilhas” desses dois irmãos? Cristo não veio para julgar os vivos e os mortos, e para separar as ovelhas dos cabritos (Mateus 25,31ss)? Sim, mas não são nossas posses que Ele julga e divide. Nosso Senhor nos chama à responsabilidade de administrar nossas preocupações materiais à luz de uma preocupação maior, a preocupação de nos tornarmos “ricos em relação a Deus”. Aparentemente, entre esses dois irmãos há um enfoque de egoísmo e interesse próprio, que é “cobiçar” os bens materiais, em vez de um enfoque de desejo e interesse por Deus. É por isso que eles não conseguem dividir pacificamente a herança; em vez disso, ela parece estar provocando a divisão entre eles.

Nosso Senhor nos adverte contra esse tipo de busca por posses focada em nós mesmos, que é fechada em nós mesmos, em vez de aberta ao próximo. Embora Ele me ajude a conseguir o “pão de cada dia”, Ele não me ajuda a transformar minhas preocupações financeiras em uma fortaleza isolada e egoísta, como fez o homem rico que construiu grandes celeiros. Portanto, que eu não tema as vulnerabilidades de uma atitude inspirada pela fé e focada em Deus em relação às minhas responsabilidades financeiras. E que eu faça a próxima coisa certa hoje, com responsabilidade, em relação às minhas questões financeiras, no Espírito de perdão a mim mesmo e ao próximo. “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mateus 6,11s). Amén! Feliz sexta-feira, queridos amigos!

Versão brasileira: João Antunes

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