“Eu, o prisioneiro (δέσμιος) no Senhor, exorto-vos, pois, a que procedais de um modo digno do chamamento que recebestes; com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo (συνδέσμῳ) da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos.” (Efésios 4,1-6)
O “chamamento que recebestes”! O que é isso, exatamente? É “suportar-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do Espírito” no “vínculo” que deve nos unir, que é a paz. Nossa paz é “a única esperança da nossa vocação”, — um Senhor, Que está acima de todos nós. São Paulo está nos dizendo que é Ele Quem nos mantêm unidos, assim como ele próprio é prisioneiro (δέσμιος, alguém que está acorrentado) no Senhor.
Infelizmente, porém, às vezes digo a mim mesmo para não me incomodar, quando surge algum conflito com alguém e a unidade é rompida. Prefiro não lidar com isso e deixar que eu e a outra pessoa sigamos caminhos diferentes. Mas, ao ler a passagem citada acima hoje, percebo que esse “não” querer “lidar” e seguir meu próprio caminho é exatamente o oposto de como o apóstolo está pedindo que façamos.
Hoje, ao me preparar para o Dia de Ação de Graças neste Jejum da Natividade, que eu fique incomodado e seja levado a fazer as pazes “com toda a humildade e mansidão”. E isso significa deixar o desfecho dessas reconciliações para Deus, o único que pode nos conceder a verdadeira unidade, como a Fonte da Unidade. “Vem e habita em nós”, Senhor, e perdoa as nossas dívidas, em toda a questão da unidade, assim como perdoamos a nós mesmos, em Sua paz.
Versão brasileira: João Antunes
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