Já refleti sobre isso em anos anteriores. Mas como estamos novamente na temporada pré-natalina, estou novamente revisando o(s) objetivo(s) principal(is) do Jejum da Natividade ou do Advento, para que eu não perca de vista todo o seu propósito. Aqui está a minha lista, à qual vocês, meus leitores, podem acrescentar o que eu deixei passar:
1. THEOPTIA. A primeira coisa que as tradições da nossa Igreja estão nos ajudando a trabalhar neste momento é a nossa visão. Mais especificamente, nossa capacidade de “Theoptia”, que significa “visão de Deus”. Para contemplar ou “ver Deus” nascendo para nós em Belém, meu coração, minha mente e meu corpo precisam de uma pequena faxina. “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.” A disciplina do jejum, incluindo um pouco mais de atenção e cuidado carinhoso com a minha saúde espiritual e física, ajuda-me a me focar novamente na presença de um Deus carinhoso e amoroso em minha vida.
2. DESPERTAR ESPIRITUAL. Estou sendo despertado da indiferença e da negligência em relação ao Advento ou à vinda de Cristo ao meu mundo, que pode ter se instalado em meu coração em meio às preocupações e aos medos que se infiltram no coração quando perco o foco, perco a confiança em Deus e me torno autossuficiente e egocêntrico. Esse despertar espiritual para Deus, para o próximo e para mim mesmo é ajudado por meio de:
3. FOME E SEDE de um tipo saudável. O tipo de fome e sede que os Santos Profetas tinham, pela vinda do Messias, é algo que eu volto a adotar quando celebramos os Profetas e mergulhamos em suas profecias nesta época. (Hoje, de acordo com o Calendário Juliano Revisado, celebramos o Profeta Sofonias.) Eu me afasto de desejos e aspirações não salutares, sejam eles físicos ou espirituais, que me infectam com a Doença do “Mais”: eles sempre exigem “mais” e nunca estão satisfeitos. Nesta temporada, eu me permito juntar-me àqueles que estão satisfeitos: “Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”.
4. ALEGRIA E PAZ. Por fim, o pouco de “esforço” diário e constante em minha saúde espiritual e física nesta época me liberta para experimentar a verdadeira alegria e paz, que vêm para todos nós de um lugar inesperado e humilde, uma pequena gruta em Belém.
A alegria requer esforço. A paz requer esforço. E, no que me diz respeito, ela começa em minha própria “gruta”. Que eu faça esse esforço dignificante hoje, enquanto limpo a casa, para que eu possa ver mais claramente a luz abundante que se derrama sobre todos nós dos lugares mais inesperados.
Versão brasileira: João Antunes
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