“Permanecendo em uma fornalha ardente como se estivessem na brisa matinal,
os Santos Jovens prefiguraram misticamente Teu nascimento de uma Virgem,
pelo qual somos iluminados, mas não consumidos…”
(Hino das Vésperas, Domingo dos Antepassados)
Nos domingos que antecedem o Natal, em nossos ofícios religiosos, ouviremos referências à história dos Três Santos Jovens na fornalha ardente, conforme relatado no Capítulo 3 do Livro de Daniel. Tal episódio “prefigurava misticamente” o “nascimento de Cristo de uma Virgem, pelo qual somos iluminados, mas não consumidos”, conforme explicado no hino citado acima. Assim como a Theotokos não foi consumida pelo Deus vivo em seu ventre, nós também não somos consumidos ao recebermos Seu Corpo e Sangue em nosso ventre. “Somos iluminados, mas não consumidos”.
Por que é preciso dizer que o verdadeiro Deus não entra em nossa vida para nos consumir ou nos ferir, como o fogo? Porque, antes de Sua vinda, a maior parte da humanidade acreditava em deuses que não eram bons e amorosos. Acreditávamos que eles precisavam ser mantidos à distância, oferecendo-lhes todos os tipos de sacrifícios, para que não nos fizessem mal. Talvez ainda tenhamos a tendência de suspeitar que Deus, de alguma forma, precisa ser agradado por nossas boas obras, caso contrário, Ele se voltará contra nós. Mas essa é uma noção pagã, como me recorda a história dos Três Santos Jovens, que não sucumbiram aos temores dos pagãos que os jogaram na fornalha.
Que eu continue essa jornada do Jejum da Natividade na luz e na leveza da Cruz, não com ansiedade. É uma jornada pela qual devemos ser iluminados, um dia de cada vez, mas não consumidos. Pelas intercessões da Theotokos, ó Salvador, salva-nos!
Versão brasileira: João Antunes
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