CELEBRANDO NOSSA «RAIZ» JUDAICA

Pela fé Tu justificaste as ascendências, desposando por meio deles a Igreja dos gentios. Estes santos exultam em glória pois, de sua semente saiu um fruto glorioso: Aquele que nasceu, não por sêmen. Pelas orações de Teus antepassados, ó Cristo Deus, tem misericórdia de nós.” (Tropário, Domingo dos Antepassados)

No penúltimo domingo antes do Natal, nossa Igreja celebra os “antepassados” judeus da Theotokos, que legitimamente “exultam em glória” no fato de ela ter vindo “de sua semente”. Mas isso me faz refletir sobre Romanos 11, onde São Paulo fala sobre um tipo inadequado de vanglória por parte de alguns cristãos gentios, que se vangloriavam “contra” os judeus não crentes no meio deles.

São Paulo adverte os cristãos gentios a não se vangloriarem ou se sentirem superiores aos judeus que rejeitaram Cristo, porque os últimos continuam sendo a “raiz” e os “ramos” originais que sustentam a nova Árvore da Vida, o Filho de Deus encarnado, enquanto os gentios foram “enxertados” do “selvagem” mais tarde, depois que a “Árvore” já estava bem estabelecida: “Mas, se alguns ramos foram cortados, enquanto tu, que eras de oliveira brava, foste enxertado entre os outros, para com eles ficares a participar da raiz donde vem a seiva da oliveira, não te faças arrogante perante aqueles ramos. E se te quiseres orgulhar, lembra-te que não és tu quem sustenta a raiz, mas a raiz é que te sustenta a ti” (Romanos 11,17s). Nesse capítulo, São Paulo também expressa sua fé de que “todo o Israel será salvo” no final, porque “são amados devido aos seus antepassados” (Romanos 11,26ss),

Ao orarmos pelas intercessões dos ancestrais judeus de Nosso Senhor judeu nesta época, faço uma pausa e digo: “Obrigado, povo judeu!” por ser nossa raiz. Não é uma coisa fácil de ser, como podemos ver ao longo da história e hoje, quando muitos de nós continuam, de alguma forma, a se ressentir de vocês por isso. Santos antepassados, rogai a Deus pelo povo judeu e por todos nós nesta época, para que nos recordemos de que somos todos “amados”!

Versão brasileira: João Antunes

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