“Deus disse: ‘Reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus, num único lugar, a fim de aparecer a terra seca. E assim aconteceu. Deus chamou terra à parte sólida, e mar, ao conjunto das águas. E Deus viu que isto era bom. Deus disse: ‘Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que deem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies, e contendo semente’. E assim aconteceu. A terra produziu verdura, erva com semente, segundo a sua espécie, e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva semente. Deus viu que isto era bom. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.” (Gênesis 1,9-13)
Eu amo as terças-feiras. A terça-feira é chamada de “O Terceiro Dia” em hebraico e em grego (Yom shlishi e Triti), e os judeus a consideram um dia de boa fortuna, porque Deus viu no Terceiro Dia da criação que “era bom” não uma, mas duas vezes. É por isso que os judeus costumam se casar às terças-feiras, pelo menos foi o que li.
Para o ouvido cristão, “o terceiro dia” é algo ligado à ressurreição. E podemos ver o mistério da Ressurreição revelado já no Terceiro Dia da criação, porque aqui a “semente” (mencionada quatro vezes na passagem citada acima) é criada; a semente que “é lançada à terra, e morre” (João 12,24), a fim de dar origem a uma nova vida.
Hoje, ao darmos continuidade ao Jejum da Natividade, que também é o dia da Megalomártir Bárbara (Calendário Juliano Tradicional), sou recordado de que a “terra” do meu coração pode se tornar solo fértil para uma nova vida em qualquer circunstância. Preciso, francamente, capinar e regar, porque o lugar está um pouco bagunçado. Mais uma vez, pego as ferramentas do período de jejum, nesta manhã, enquanto continuamos a preparar um lugarzinho humilde para Aquele que não encontrará lugar na hospedaria. Senhor, ajuda-nos a cuidar melhor de nossa saúde espiritual e física hoje, ao acolhermos o “bom” desta terça-feira.
(PS: nesta foto, você pode ver que meus “Ramos de Bárbara” — que um amigo me presenteou no dia de Santa Bárbara, em 4 de dezembro (Calendário Juliano Revisado), de acordo com uma tradição local — floresceram. Eles são colhidos de uma árvore frutífera em 4 de dezembro, colocados na água e florescem por completo no Natal, simbolizando o renovo da raiz de Jessé (cf. Isaías 11,1), a Theotokos, e o florescimento dela, Cristo).
Versão brasileira: João Antunes
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