PORQUE COMEMORAR O ANO NOVO

Na verdade, nada muda em 1º de janeiro, exceto um símbolo: o número do ano, que mais ou menos o mundo inteiro passou a contar a partir do ano do nascimento de Cristo. Mas nada mais muda, em realidade. Não é o início de nenhuma estação; é o meio do inverno ou do verão, dependendo do hemisfério em que vivemos; e não é o início do ano letivo ou do ano litúrgico. Portanto, o dia 1º de janeiro é apenas um início simbólico.

Mas os símbolos são importantes. Os números são importantes. Eles nos mantêm sãos, porque nos sentimos desorientados se perdermos a noção do tempo, que ordenamos usando os símbolos que são os números. O que vou dizer a seguir pode parecer estranho, mas acho que é saudável estar atento aos números e até mesmo honrá-los, especialmente aqueles que marcam o tempo. Na tradição cristã, até santificamos os números que marcam o tempo, associando a cada data do ano eclesiástico comemorações de santos ou eventos da História da Salvação; associando a determinadas horas de cada dia certas memórias sagradas; e, como mencionado acima, contando nossos anos a partir da data aproximada do nascimento de Cristo. Acho que essa homenagem aos números que marcam o tempo contraria a tendência humana doentia de temer os números que nos recordam a passagem implacável do tempo, embora o tempo seja uma dádiva de Deus que é nosso amigo e não nosso inimigo. Além disso, em nossa Era da Internet, quando o tempo se torna comprimido devido ao fluxo ininterrupto de informações desordenadas, 24 horas por dia, 7 dias por semana, nossa tradição de honrar e santificar os números que marcam o tempo nos ajuda a manter a sanidade.

Portanto, acho que é bom honrar e dar as boas-vindas ao novo número do ano que começaremos a usar em 1º de janeiro, e fazê-lo de uma maneira inspirada pela fé, como mais um “ano favorável da parte do Senhor” (Lucas 4,18). Graças a Ti, Senhor, por nos trazer até o final deste ano e, por favor, mantenha-nos dóceis no novo ano. Feliz véspera de Ano Novo, queridos amigos!

Versão brasileira: João Antunes

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