Por que o Senhor ressuscitado ainda tem Suas feridas, que Tomé pode ver e tocar, de modo que ele creia que não é outro senão Cristo, seu Rei e seu Deus? Porque Ele quer continuar a ter Suas feridas, como um de nós, que também temos nossas feridas. Ele nos mostra como podemos ser feridos e, ainda assim, ser livres; e até mesmo alegres e fortalecidos para dar testemunho aos demais, também feridos, de como seguir em frente e dar testemunho do poder de Deus em nossas vidas. Não precisamos ser perfeitos, seja fisicamente ou de outra forma, para sermos vasos da luz unificadora de Deus, da esperança e do amor que a tudo perdoa, em nosso mundo.
Mas, muitas vezes, podemos nos envergonhar de nossas feridas, ou ficar amargurados com elas, ou ressentidos com os outros ou com nós mesmos, que infligimos as feridas. Mas nossa vida nova em Cristo não está apagando nossas feridas, às vezes visíveis e às vezes invisíveis. Quer tenhamos passado por um divórcio doloroso, quer tenhamos perdido o emprego ou a casa, quer tenhamos sido caluniados ou, de alguma forma, traídos por um ente querido, quer tenhamos nós mesmos traído nossos entes queridos, quer tenhamos lutado contra um vício ou alguma outra doença, — quando nos permitimos seguir nosso Senhor ressuscitado e ainda ferido e abraçamos a nova vida e a nova esperança com as quais Ele quer nos acolher, Seus discípulos imperfeitos e feridos, encontramos uma nova maneira de seguir em frente. E para voltar à comunhão com Ele e com os semelhantes, se nossas feridas estiverem nos levando ao autoisolamento, ao ressentimento ou ao medo egocêntrico.
Eu também estava meditando, neste Domingo de Tomé, sobre o fato de que Tomé e a maioria dos outros discípulos abandonaram nosso Senhor quando Suas feridas estavam sendo infligidas a Ele. E então eles não creram nas mulheres, que Ele ressuscitou, embora Ele tenha lhes dito repetidamente que seria morto, mas que ressuscitaria. No entanto, Ele entra novamente no meio deles, apesar de suas portas fechadas, e diz: “Paz, Shalom”. Ele os repreende pela falta de fé, mas não exige nem pede desculpas, nem mesmo no caso de Pedro. O que Ele faz é comer com eles, e a comunhão é restaurada. Graças Te damos, Senhor, por nos desafiar à unidade, mesmo quando lutamos com nossas feridas. Que não nos envergonhemos delas, mas testifiquemos delas como o Senhor fez, enquanto caminhamos para a Sua nova liberdade e nova felicidade.
Versão brasileira: João Antunes
© 2025, Ir. Vassa Larin
www.coffeewithsistervassa.com