LIVRES PARA AVANÇAR, COMO IGREJA

Pela manhã, escuta minha voz, meu Rei e meu Deus!” (Tropário da Hora Prima)

Nesta quinta-feira de manhã, ao rezar o tropário da Hora Prima, recordo-me novamente de Tomé e de sua profissão: “Meu Senhor e meu Deus!” (João 20,28). E estou refletindo sobre os Apóstolos em geral, porque a quinta-feira, chamada de “quinto dia” da semana em hebraico e em grego (Pempti em grego e yom hamshi em hebraico) é o dia da semana dedicada aos Apóstolos em nossa tradição. Assim, as quintas-feiras refletem tanto o significado do quinto dia da criação, no qual Deus criou as aves e os peixes, quanto o significado da vocação apostólica, que todos nós compartilhamos como uma igreja apostólica.

Como todos esses fatos estão conectados — Tomé, apóstolos e a apostolicidade da igreja, pássaros e peixes, e nós em nossa realidade histórica? Os pássaros e os peixes são os animais que se movem pelo ambiente com mais liberdade e rapidez, em suas diferentes formas. Deixarei de lado o simbolismo adicional do peixe, que representa Cristo e a (pré)ocupação original da maioria dos apóstolos, que foram feitos “pescadores de homens” (Mateus 4,19b); e do pássaro (na forma de uma pomba), que é um dos símbolos do Espírito Santo, porque isso tornaria esta reflexão muito longa.

Mas Tomé e os apóstolos foram livres pela graça do Espírito Santo para se moverem pelo mundo, pregando o Evangelho, apesar de seus obstáculos internos e externos, como sua falta de fé inicial e as perseguições posteriores pelas autoridades religiosas e oficiais de sua época. “Mas a palavra de Deus não pode ser acorrentada”, como São Paulo escreveu a Timóteo (2ª Timóteo 2,9), mesmo quando Paulo estava preso e acorrentado ao escrever isso. Tomé e os demais Apóstolos, incluindo Paulo, passaram a crer e a compreender, em Cristo, que serviam a um Senhor ressuscitado e, ao mesmo tempo, ferido, que os capacita e a todos nós, como Igreja apostólica, a seguir em frente na graça e na verdade, dando testemunho de ambas, apesar de nossas feridas e grilhões. E para “ir” e “fazer discípulos” (Mateus 28,19a) — não apenas 12 deles (observe que o número 12 simboliza a antiga ordem das coisas, agora supérflua na Era da Graça, como nos 12 anos de silêncio de Jesus antes de Ele se pronunciar aos 12 anos de idade; como nos 12 anos da enfermidade da mulher que tinha o fluxo de sangue; os 12 cestos de pães que se tornaram supérfluos após a multiplicação dos pães, etc.) — mas de “todos os povos”. ) — mas de “todos os povos”, tanto homens quanto mulheres, batizando-os (Mateus 28,19b), ou seja, imergindo-os, no nome poderoso de Deus. Santos apóstolos, rogai a Deus por nós hoje.

Versão brasileira: João Antunes

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