O PENTECOSTES INCLUI TODOS NÓS

O Espírito Santo provê todas as coisas: Ele derrama profecias, Ele conduz os sacerdotes à perfeição, Ele ensina sabedoria às pessoas sem instrução, Ele revela pescadores como teólogos, Ele confirma a Igreja…” (Hino das Vésperas, Pentecostes)

Um dos principais temas do Pentecostes, celebrado hoje no Oriente e no Ocidente, é a inclusividade do Espírito Santo, pelo qual Ele “confirma a Igreja”. Embora alguns possam pensar que a Igreja (com “I” maiúsculo) é confirmada por meio de sua exclusividade, de suas regras e barreiras, Ele chama todos nós à unidade, em primeiro lugar com Ele mesmo, com Deus, e, — por meio d’Ele —, com os outros que se abrem à Sua graça. São Pedro enfatizou este ponto em seu sermão neste dia, quando citou o profeta Joel: “Nos últimos dias, diz o Senhor, derramarei o meu Espírito sobre toda a criatura. Os vossos filhos e as vossas filhas hão-de profetizar; os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos” (Atos 2,17). Esta profecia de Joel é uma das leituras do Antigo Testamento na véspera de Pentecostes, juntamente com outra leitura que enfatiza a inclusão – do Livro de Números, Capítulo 11, onde Moisés aceita a “profecia” de Eldad e Medad, que profetizaram não no Tabernáculo (o local de culto), mas entre o povo no acampamento. Os dons do Espírito Santo estão sendo derramados tanto sobre filhos e filhas, jovens e idosos, sobre aqueles que estão nos locais de culto ou fora deles, os instruídos e os não instruídos: “Ele ensina sabedoria às pessoas sem instrução, Ele revela pescadores como teólogos…”.

Repare que o ponto principal aqui não é político nem mesmo eclesiástico-político. É pessoal. Cada um de nós, incluindo eu, pode às vezes excluir-se desta imagem, da graça sendo derramada “sobre toda a criatura”. Podemos pensar: Sim, mas… eu não cumpro este ou aquele requisito ou pré-requisito para receber o Espírito Santo. Eu estou disperso, desanimado, falando ou fazendo coisas erradas, não indo à igreja o suficiente, ou qualquer outra coisa. Acho que é nossa autoalienação e autoisolamento do Espírito inclusivo e universal (kath’olos ou “católico”) que nos leva a procrastinar quando se trata de aceitar Seu convite. Ele está nos convidando a recebê-Lo e a sermos recebidos por Ele, em Sua festa contínua, como somos: jovens ou idosos, mulheres ou homens, instruídos ou sem instrução, piedosos ou não tão piedosos, e assim por diante.

Onde quer que estejamos, queridos amigos, perdoemo-nos a nós mesmos e uns aos outros hoje, enquanto nos ajoelhamos diante do nosso Deus Trino e amoroso e O deixamos entrar. “Rei Celeste…, vinde e habitai em nós, purificai-nos de toda mancha e salvai as nossas almas, Vós que sois Bom!” Feliz Pentecostes a todos!

Versão brasileira: João Antunes

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