PORQUE DEUS PERMITE TODOS OS NOSSOS CONFLITOS DESTRUTIVOS QUE LEVAM AO SOFRIMENTO

Essa foi uma questão que surgiu ontem durante nosso retiro aqui na Ilha de Iona. E hoje, em minha leitura matinal, encontrei este trecho do novo livro do Pe. John Behr (In Accordance with the Scriptures), onde Irineu de Lyon oferece uma resposta. Vou resumir assim (mas você pode ler por conta própria se ampliar a foto acima):

  • Deus cria o ser humano com a possibilidade e a necessidade de crescimento; com a possibilidade e necessidade de mudança. Em outras palavras, com liberdade.
  • Como não nascemos maduros, nós precisamos crescer — e esse crescimento exige tempo. Isso significa que também precisamos nos esforçar por esse crescimento, por um alimento adequado. Por quê?
  • Porque o esforço e a luta tornam o objetivo do nosso ser — a maturidade ou plenitude em Cristo — algo precioso e desejado. Se já fôssemos perfeitos ou maduros desde o nascimento biológico, não valorizaríamos a comunhão com Deus, mas a consideraríamos garantida.
  • Obviamente, essa liberdade também nos permite nos afastar desse objetivo e escolher a apostasia, o que leva à escuridão, à cegueira e, por fim, ao sofrimento. Deus também “suporta” nossa apostasia, e Seu Filho, na cruz, sofre conosco essa apostasia. Tanto nós quanto Deus — se é que posso dizer assim — pagamos um preço pela liberdade. Mas Deus, ainda assim, aceita esse risco: o de nos criar como seres em processo de crescimento, para que nos tornemos aquilo que fomos chamados a ser, não de maneira automática, como os outros animais, mas de forma livre e frutífera, aprendendo a valorizar Sua luz, sabedoria e amor — por nós e por meio de nós.

Aprendemos a valorizar a visão quando conhecemos a cegueira; a dar valor à saúde depois de termos enfrentado a doença, e assim por diante. Deus cria um mundo — e um ser humano — de tal forma que até as coisas ruins podem nos instruir em direção ao bem.

Glória a Ele!