AMAR O MUNDO DE DEUS

Não ameis o mundo (τὸν κόσμον) nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (ἀλαζονεία τοῦ βίου, uma falsa pretensão de vida) – não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.” (I João 2,15ss)

A qual “mundo” São João se refere quando ele nos diz para não amá-lo? Ele se refere ao mundo que Deus “de tal modo amou, que lhe deu Seu Filho unigênito…” (João 3,16)? Ou ele se refere ao mundo que Deus criou e viu que era “muito bom” (Gênesis 1,31)? Não, ele se refere ao mundo que nós “criamos”, ou preferimos distorcer, ao vê-lo não com gratidão e admiração, mas através do prisma sem a graça da “a concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da(s) falsa(s) pretensão(ões) da vida”, que nunca são satisfeitas. É a concupiscência e a falsa visão do mundo, que são cegas ao “muito bom” de seu Criador, que São João nos adverte a não amar. Porque é ruim para nós amar nossas ilusões. Esse tipo de “amor” extraviado nos leva por um caminho de insatisfação e miséria perpétuas, porque uma ilusão nunca ira nos amar de volta, e “passará” junto com o tempo que perdemos a persegui-la.

Então que eu não perca meu tempo com um “amor” ao mundo que é na verdade a concupiscência, que nunca poderá ser satisfeita. Que, ao invés disso, eu abrace o amor para com Aquele que também me ama e me realiza pelo “muito bom” de Sua vontade para comigo. Graças Te dou, Deus, pelo “muito bom” de Sua criação, com a qual Tu me abençoas abundantemente, se eu apenas abrir os olhos para isso, em gratidão e humildade.

Versão brasileira: João Antunes

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