IR E MORRER COM CRISTO

Depois dessas palavras, ele acrescentou: ‘Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo’. Disseram-lhe os seus discípulos: ‘Senhor, se ele dorme, há de sarar’. Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal. Então, Jesus lhes declarou abertamente: ‘Lázaro morreu. Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele.’ A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: ‘Vamos também nós, para morrermos com ele’.” (João 11,11-16)

Hoje, a maioria dos cristãos Ortodoxos se prepara para o Sábado de Lázaro e o Domingo de Ramos, enquanto outros cristãos já celebram a Quinta-feira Santa, ou a Ceia do Senhor com Seus discípulos, logo após a qual a maioria deles O abandonou em Sua prisão. Então, estou olhando para a passagem acima citada, onde Tomé expressa a disposição de todos os discípulos, vários dias antes da entrada do Senhor em Jerusalém, para “ir também” àquela cidade, para “morrer com Ele”. Eles, contudo, não cumprem com esta intenção de “morrer com Ele”, porque nesta altura eles não entendem nem o que seja “morrer com Ele”, quanto “adormecer”, nem compreendem completamente a Cristo, como o Vencedor da Morte. Ele pretende que eles adquiram esse entendimento, essa fé, ressuscitando Lázaro dentre os mortos (como Ele lhes diz: “para que creiais”). Mas depois da ressurreição de Lázaro, e mesmo depois de serem confrontados com a história das mulheres de Seu sepulcro vazio, ainda assim, os discípulos não acreditaram. E quanto a Tomé, ele “duvidou” até que tocou fisicamente as feridas do Senhor ressuscitado.

Meu ponto? A fé na ressurreição é algo gradual para muitas pessoas, incluindo os próprios discípulos do Senhor. E o próprio Senhor nos conduz através deste processo gradual e crescente de nossa fé, manifestando Sua vitória sobre morte a cada um de nós de diferentes maneiras, “para que creiamos”, e de fato sigamos em frente e “morramos com Ele”, nas formas a que somos chamados a fazer, apesar de nossa tendência a nos apegar aos nossos “velhos” modos de vida. Porque nós mesmos, por conta própria, não podemos superar nossos medos de “morrer com Ele”, mesmo que expressemos nossas boas intenções para fazê-lo, como fez Tomé na passagem acima citada. Graças Te dou, Senhor, por nos levar a crescer em nossa fé em Ti, mesmo quando vacilamos ao longo do Caminho.

Versão brasileira: João Antunes

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