“Senhor, em vossa cólera não me repreendais, em vosso furor não me castigueis. Tende piedade de mim, Senhor, pois sou fraco” (Salmo 6,1s – cf. Septuaginta)
Fico muito irritado com as pessoas e as coisas que mais amo. “O inferno não tem fúria”, como se diz, e como eu digo quando estou desapontado com algo ou alguém que amo muito. Mas quando me recordo que minha explosão de raiva é apenas uma expressão distorcida do meu amor, (especialmente quando meu amor parece impotente), posso me “controlar” ou reinar, pela graça de Deus, em uma explosão de amor apropriado. E preciso fazer isso, porque a minha raiva, se eu permanecer nela, será sempre improdutiva, ou uma queda à improdutividade, enquanto que o amor verdadeiro é sempre criativo e vivificante. “Porque a ira do homem não cumpre a justiça de Deus”, como nos recorda São Tiago (Tiago 1,20).
Mas a “cólera” ou “furor” de Deus não é como a nossa. Não há “mudança” em Seu amor verdadeiro por nós, nem queda à improdutividade, mesmo em Sua “fúria” por nossas bobagens. Porque Deus é imutável. É por isso que falamos com Ele, nas palavras do Salmo acima, como Aquele que está ao mesmo tempo irritado e amoroso. Hoje, se eu estiver com raiva, que Deus transfigure minha raiva improdutiva em Seu amor afirmador da vida, “pois sou fraco”! Graças Te dou, Deus, por nos amar o suficiente para estar “zangado” conosco e nos salvar pelo Seu amor cheio de graça.
Versão brasileira: João Antunes
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