“Mas o anjo disse-lhe: ‘Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, vai dar-te um filho, e tu o chamarás João. Ele será para ti motivo de gozo e alegria, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; porque será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem licor, e desde o ventre de sua mãe será cheio do Espírito Santo; ele converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante de Deus com o espírito e poder de Elias para reconduzir os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, para preparar ao Senhor um povo bem disposto’.” (Lucas 1,13-17)
O Arcanjo Gabriel descreve o impacto “espiritual” do Grande Precursor do Senhor, que seria cheio do Espírito Santo e poder, trazendo “alegria” e mudança aos corações de seu povo. Mas o anjo também menciona esse detalhe da dieta “física” de João Batista: Ele “não beberá vinho nem licor”.
A sobriedade completa e permanente de São João era um detalhe importante nesse contexto? Quero dizer, no contexto de seu impacto em “muitos”? Eu acho que sim, porque o arcanjo menciona isso. Penso que a vocação única de São João, de “preparar ao Senhor um povo bem disposto”, também pedia que a sua própria e constante “prontidão” servisse a Deus e ao próximo, em completa sobriedade e outras formas incomuns de abstinência. Porque esse é um dos dons do jejum: nos tornar mais prontos para, e capazes de, servir.
De uma maneira muito diferente, também recebemos o “chamado” para abster-nos completamente do álcool, alguns de nós apenas em determinados dias de jejum rigoroso e outros de nós — todos os dias, se somos afligidos pela doença do alcoolismo. De qualquer forma, a sobriedade é um dom, que liberta-nos para trilhar o caminho cheio de luz de nossa jornada carregando a cruz, com mais utilidade para Deus, nós mesmos e o próximo. Senhor, ajuda-nos hoje, pelas orações do Teu Precursor, a responder ao Teu chamado com “gozo e alegria”.
Versão brasileira: João Antunes
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