“Alegra-te/Salve, ó Esposa Imaculada/Inesposada (sem um noivo)! / Χαίρε, Νύμφη Α-νύμφευτε. / Радуйся, Невесто не-невестная”. (Refrão, Hino Akathistos à Theotokos)
Neste Hino Akathistos, louvamos a Theotokos não só pelo que ela “é” e “tem”, mas também pelo que ela “não é”, ou seja, “esposada”, e pelo que ela “não tem”, que é um cônjuge ou noivo. Daí louvá-la como “Α-νύμφευτε”, ou um “sem noivo” (sem um “νυμφίος”).
Será isto motivo de celebração, o fato de a Santíssima Theotokos não ter “um noivo”, no sentido habitual, em sua vocação específica de trazer o Nosso Senhor ao mundo? Sim, aparentemente sim, como esse fato particular é louvado repetidamente, no refrão do Hino Akathistos. Porque era difícil estar sozinha, como único progenitor (humano) de seu Filho. Seu “noivo”, o Justo José, certamente ajudou ao longo do caminho, mas ele não era um “progenitor” como ela. E ela nem sequer tinha suficiente “relacionamento” com ele para lhe confiar a boa nova da Anunciação, que lhe foi revelada não por ela, mas em sonho (Mateus 1,19-20). Ela tinha um ajudante, é o que estou apontando, mas não um cônjuge, no qual ela pudesse confiar e compartilhar todo o peso de sua vocação.
Portanto, deixe-me dizer isto a qualquer pessoa, que “não tenha cônjuge” em suas vocações, em suas vocações para trazer Cristo ao nosso mundo: Sejamos gratos hoje, e encorajados por qualquer “ajudante” que Deus nos envie, mesmo que não estejam “coparticipando” de nossas vocações da forma que precisamos ou esperamos. Que todos nós, solteiros, divorciados ou casados mas solitários, nos inspiremos na Santíssima Theotokos, que “alegou-se” e “alegra-se” em sua difícil vocação de trazer Nova Vida ao nosso mundo dividido, apesar de suas realidades às vezes não convencionais de parceria “esponsal”. “Alegra-te/Salve, ó Esposa Imaculada/Inesposada!”
Versão brasileira: João Antunes
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