“Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a (santa) palavra. Os fiéis da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram, vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos; pois eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus. Então, Pedro tomou a palavra: ‘Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós?’. E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.” (Atos dos Apóstolos 10,44-48a)
Logo após São Pedro ter pregado sobre Jesus Cristo na casa de Cornélio, um gentio, “o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a (santa) palavra” — “também sobre os pagãos” que ainda não tinham sido batizados. Então, pode-se perguntar, será que eles “precisavam” de ser batizados, se ouvir a Boa Nova ensinada por Pedro já lhes permitiu receber o Espírito Santo, e “falar em outras línguas” e “glorificar a Deus”, no Espírito?
Sim, eles “precisavam” de ser batizados. Por quê? Porque o Senhor o disse, quando mandou os Apóstolos não só “ir a todas as nações”, e “ensinar” tudo o que Ele lhes ordenara, mas também “batizá-las” (Mateus 28,19s). Enquanto o Espírito Santo respira “onde quer” (João 3,8), muitas vezes para além dos limites da Igreja, é através da imersão total n’Ele, — através do Batismo, — que temos o poder de nascer “do alto”, de vestir uma nova veste, Que é o próprio Cristo, e de embarcar no Seu Caminho de carregar a cruz dentro do Seu Corpo.
Mas ainda assim, os não batizados podem ser cheios do Espírito Santo, tendo ouvido “a (santa) palavra”, e podem tanto “falar” como “glorificar a Deus” no Espírito. E foi isto que me impressionou na leitura que a nossa Igreja faz hoje do Livro de Atos dos Apóstolos, citado acima. Sou recordado de que a nossa Igreja, uma Igreja que professamos ser “apostólica”, não nega a possibilidade do falar e glorificar a Deus, vindo daqueles que são inspirados pela palavra de Deus, mas que não são batizados. Graças Te dou, Deus, por todos aqueles — mesmo os “de fora” para “nós” — que falam de Ti e Te glorificam neste mundo, em Teu Espírito.
Versão brasileira: João Antunes
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