CRISTO versus CODEPENDÊNCIA

Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus. Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa.” (Mateus 10,32-36)

Cristo não nos força a ser “Seus”; isto é, a “reconhecê-l’O” por Quem Ele é, —nosso Único Senhor e nossa autoridade máxima. Somos livres, por isso podemos alternativamente entregar-nos a “outros”, seja outra pessoa, ideia ou coisa, ou mesmo nossa vontade própria (isto é, alguém/alguma coisa “diferente” de Cristo), e tê-los/as como nossa autoridade máxima. E é fácil entrar nessa situação, — ter “outro” como nossa autoridade máxima, — especialmente no caso daqueles “de nossa própria casa”, aos quais é particularmente difícil dizer “não”. Quero dizer, nos deixamos facilmente cair no querer agradar às pessoas à custa do querer agradar a Deus, com aqueles que nos são mais próximos, em codependências paralisantes. Mas se é isso que quereis, diz-nos Cristo, então deixarei que seja à vossa maneira. Não vou fingir perante o meu Pai que sois Meus, mas vou negar-vos.

Que eu permita a Deus fazer parte das minhas relações pessoais mais íntimas hoje, porque “três não é demais”, no Caminho divino-humano de imitação de Cristo que é nossa jornada carregando a cruz. Quando o Senhor diz que Ele veio para nos “trazer a divisão” entre os nossos entes queridos mais próximos, Ele quer dizer que Ele Se oferece, Se insere, em nossas relações, como uma distância saudável, celestial e limite na “terra” entre as nossas interações e diferenças meramente humanas, misericordiosamente “terrenas”, que podem ser tão polarizadoras, quando existe apenas a realidade humana e terrestre de (os dois de) “nós”, na dúbia “paz na terra” que nós, por nós próprios, podemos reunir. Não vou esperar que Cristo fomente essa dúbia “paz na terra”, porque Ele não veio para perpetuar isso. Que o Deus-Homem esteja hoje entre mim e os meus entes queridos, deixando que a Sua graça regresse ao meu coração, enquanto eu me reconecto com Ele por meio de alguma oração sincera, e deixando que seja a “espada” que protege a liberdade dada por Deus a todos nós, em Sua Presença dignificante e libertadora.

Versão brasileira: João Antunes

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