“O templo puríssimo do Salvador, a Virgem, / a preciosíssima câmara nupcial, / o sagrado tesouro da glória de Deus / é apresentada hoje à Casa do Senhor, / introduzindo com ela a graça do Espírito Divino. / Os anjos de Deus a louvam clamando: / ‘Esta é o tabernáculo celeste!’” (Kondakion da Festa da Entrada da Santíssima Virgem Maria, a Theotokos, no Templo)
Hoje, aqueles de nós que seguem o Calendário Juliano Revisado (Calendário Gregoriano) celebram a Puríssima Virgem “ser apresentada”, aos três anos de idade, ao Templo; e aqueles de nós que seguem o Calendário Juliano Tradicional — a festa do Arcanjo Miguel e Todos os Incorpóreos Celestes (isto é, a criação invisível de anjos, arcanjos, serafins, querubins, etc.). Felizmente, o hino acima citado permite-me refletir sobre ambas as festas, uma vez que também menciona os anjos.
Os anjos louvam conosco a autodoação da menininha judia de Nazaré, que é “conduzida” como um cordeiro ao templo terrestre, (por isso, em eslavo esta festa é chamada “Введение”, literalmente “a apresentação” da Mãe de Deus), para viver separadamente dos seus amados pais e ser preparada para a sua vocação única, de servir como “o templo puríssimo do Salvador”. A sua autodoação torna possível a união do humano e do divino na Pessoa de Jesus Cristo, e também da criação visível e invisível.
Hoje que eu louve a menininha de Nazaré, que por amor de todos nós dá hoje os primeiros passinhos rumo à sua cruz única, de servir como a “escada celeste” entre nós e o resto da criação de Deus, tanto visível como invisível. Que eu seja atraído, para a sua maternidade unificadora e acolhedora, ao participar em sua “plenitude” ou “salvação”. “Santíssima Mãe de Deus, salvai-nos!”.
Versão brasileira: João Antunes
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