“Senhor e Mestre de minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça (ἀργίας, праздности), de abatimento, de domínio, de loquacidade (ἀργο-λογίας, праздно-словия).” (Oração Quaresmal de Santo Efrém, o Sírio, 1ª parte)
Aqui o “espírito de preguiça” ou “ἀργία” (de “ἀ-εργία”, literalmente “não trabalhar” ou “não fazer”) representa os maus tipos de “não fazer”. Há também os bons tipos de “não fazer” (праздность) em determinados momentos apropriados (праздники), porque todos nós precisamos de uma pausa ocasional para sermos restaurados. Mas aqui preguiça significa “não fazer” o que é suposto eu estar fazendo, e quando é suposto eu estar fazendo-o, de acordo com a minha “vocação” ou chamado de Deus, especificamente por uma fuga e/ou negligência de “responsabilidade” (ou seja, a minha “respons-abilidade” ou a minha “capacidade de responder” ao chamado de Deus). Um desses tipos de preguiça/ociosidade é a procrastinação, por exemplo, quando tenho um artigo para terminar, mas em vez disso opto por ver o que há de novo no YouTube.
O que me leva a ser amigo do “espírito de preguiça”, incluindo a procrastinação? Várias coisas: 1. a autossuficiência, quando estou tentando carregar as minhas responsabilidades sobre os meus próprios ombros por mim mesmo, sem Deus; 2. o medo resultante (tanto do fracasso como do sucesso) em relação à tarefa a ser feita, que é demasiada para mim só; e 3. uma perda de visão/sentido da minha “vocação”, devido a todas as respostas anteriores.
Por isso, esta manhã que eu troque o medo pela fé, e a autossuficiência pela confiança em Deus, para eu não ficar preso em círculos egocêntricos e inspirados pelo medo. Que eu me foque novamente e ouça o chamado de Deus para mim, para que eu possa responder em humilde utilidade para mim e para o próximo. “Seja feita a Tua vontade” comigo hoje, ó Senhor, de acordo com o Teu propósito, quer agora eu goste ou não. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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