“Desperta, por que dormes, ó minha alma, por que dormes assim? Pois eis que o fim se aproxima e tu darás contas no julgamento. Vigia então, ó minha alma, para que Cristo nosso Deus te poupe, Ele que está em toda parte, em todo o universo que Ele enche com a Sua presença.” (Kondákion, Grande Canon de Santo André de Creta)
Quer queiramos, quer não, nossa mortalidade, ou o fato de todos nós, com efeito, morrermos uma morte física, é algo com que somos cada vez mais confrontados à medida que envelhecemos. Este fato começa realmente a “bater na porta” para muitos de nós quando perdemos um dos pais, ou quando notamos o envelhecimento deles. Os psicólogos observam que tais recordações da nossa própria mortalidade causam frequentemente depressão, angústia existencial, e vários comportamentos pouco saudáveis em pessoas de meia idade em nosso tempo.
Mas não há nada mórbido ou sombrio em “recordar a morte”, como nos ensinam a fazer regularmente em nossa bela Tradição. Eis o que é paradoxal em recordar ativamente a morte: Torna-me mais “vigilante” e “desperto” para a vida. Aprendo a prestar mais atenção, à presença de Deus no meu aqui e agora, nas pessoas, lugares, e situações que me são dadas hoje por Ele, “Que está em toda parte, em todo o universo que Ele enche com a Sua presença”. Aprendo a não perder o que sou chamado a fazer no hoje, em utilidade para mim e para os outros, em vez de deixar a vida passar e simplesmente “acontecer”, como disse John Lennon, “quando você não está prestando atenção”. Que eu esteja desperto e vigilante, nesta sexta-feira ensolarada. “Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do Senhor” (Salmo 117/118,17).
Versão brasileira: João Antunes
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