A FILHA DO REI

Ouvi, filha, e vê e inclina o teu ouvido; E esquece o teu povo e a casa do teu pai, porque o rei desejou a tua beleza; Porque ele próprio é o teu amo. E prostrar-se-ão diante dele filhas de Tiro com dons; Os ricos do povo suplicarão o teu rosto (τὸ πρόσωπόν σου λιτανεύσουσιν, лицу твоему помолятся). Toda a glória dela – da filha de um rei – está lá dentro, vestida, muito colorida, com bordas de ouro… Lembrar-se-ão do teu nome em toda a geração e geração. Por isso, os povos te louvarão até a eternidade e até a eternidade da eternidade.” (Salmo 44/45,11-14,18 cf. Septuaginta, tradução ao Português por Frederico Lourenço)

Hoje, enquanto aqueles de nós que seguem o Calendário Juliano Tradicional se preparam para celebrar a Dormição da Theotokos (e aqui retratado está o seu túmulo vazio no Getsemani, perto de Jerusalém), nossa Igreja louva, agradece e demonstra amor por “a filha do rei”. De fato, ela “inclina o seu ouvido” ao chamamento de Deus desde tenra idade, crescendo não “na casa do seu pai” mas no Templo, e tornou-se “vestida” com uma beleza única, “dentro”. Não era qualquer tipo de beleza sem brilho, mas “muito colorida”, adornada com “bordas de ouro”. Assim, “toda a geração e geração”, “suplicam o teu rosto” nos muitos e variados santos ícones da Santa Mãe de Deus.

Graças lhe dou, Santíssima Mãe de Deus, por não nos abandonar em sua Dormição, e abençoar-nos diariamente com o seu semblante amoroso. “Passaste para a vida, tu que és a Mãe da Vida e que, por tuas orações, livras da morte as nossas almas” (Tropário da Dormição).

Versão brasileira: João Antunes

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