“perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” (Mateus 6,12, da Oração do Pai-Nosso)
Já ouvi muitas pessoas dizerem que quando tentam rezar, sentem que há uma parede invisível entre elas e Deus; como se a oração não “conseguisse passar”. Este estado de coisas pode durar muitos anos, ou simplesmente acontecer por vezes, por acaso. Quando isso me acontece, recordo-me deste versículo no Pai-Nosso, que me aponta o culpado mais óbvio na minha situação: o ressentimento.
Ou seja, posso estar (talvez silenciosamente) apegado a alguma coisa ruim feita contra mim, quer por mim mesmo, quer por alguma outra pessoa ou grupo de pessoas, ou minha família, ou alguma instituição, como o meu local de trabalho, o meu governo, ou mesmo a minha igreja. Os ressentimentos remontam frequentemente a um passado longínquo, apesar de incidentes recentes desencadearem velhos sentimentos de frustração, negligência, mágoa, etc. É importante para mim que dedique algum tempo e “limpe a minha casa” de quaisquer ressentimentos, deixando de lado a ilusão de que, de alguma forma, através do meu ressentimento, alcanço a “justiça” que mereço. Porque eu “sei” que tenho razão. Este sentido de “justiça”, criado em ressentimento, não só corrói as minhas relações humanas, como impede a minha comunhão com Deus. Não posso sequer rezar honestamente o Pai-Nosso, enquanto me apego ao ressentimento.
Portanto, que eu busque a justiça de Deus e a Sua graça para me ajudar a perdoar a mim mesmo e aos outros. Porque quando digo “Pai Nosso”, em vez de “Pai Meu”, sou recordado que Ele me perdoa a mim e aos outros, repetidamente. E isto Ele faz, uma e outra vez, embora saiba que Ele estava certo, quando nós estávamos errados. Ele está livre de guardar rancores, e quer que sejamos livres, como Ele.
Versão brasileira: João Antunes
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