“Pedro saiu com o outro discípulo [João] e foram ao túmulo. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão, ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição. Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer, pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.” (João 20,3-9)
Pedro e João correram para o túmulo, tendo ouvido a notícia perturbadora, por meio de Maria Madalena, de que ele estava vazio. É compreensível que João, o mais jovem dos discípulos, corra mais depressa do que o idoso Pedro. Mas o que é mais notável é que João, que permaneceu fielmente junto à cruz até ao fim, ainda tem o coração aberto a Pedro, que muito recentemente havia negado três vezes a Cristo. Assim, neste momento, João é “mais forte” do que Pedro, mas o coração de João não está menos aberto a ele.
Na verdade, João segue a liderança de Pedro quando chegam ao túmulo. A natureza sensível de João não lhe permite entrar no túmulo. Ele fica em admiração ou talvez confusão, apenas espreitando para ver os panos de linho abandonados. Aqui a força de caráter de Pedro é uma ajuda para João, porque Pedro não pensa duas vezes quando chega ao túmulo. Ele entra às pressas, e João segue-o. Agora, dentro do túmulo, João é de novo o “mais forte”, porque João “vê e crê”, enquanto Pedro permanece no escuro. Pedro, aparentemente atordoado pela sua negação de Cristo, não é rápido a reconhecer a luz e a esperança quando o olham fixamente na cara. Assim, a negação de Cristo faz-nos condenar a nós próprios, mesmo quando Deus nos oferece luz.
Sou recordado hoje desta notável comunhão dos discípulos, tanto na força como na fraqueza. Deus apoia a minha fé, nos seus pontos fortes e fracos, através de outros fiéis, quaisquer que sejam as suas forças ou fraquezas. Que eu hoje tenha o coração aberto, e seja recordado de que Deus trabalha através das outras pessoas.
Versão brasileira: João Antunes
© 2016, Ir. Vassa Larin
Reflexões com café na manhã: 365 devoções diárias para pessoas ocupadas
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