“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pelos frutos, pois, os conhecereis.” (Mateus 7͵15-20)
Tenho um pensamento estranho hoje, a respeito deste alerta de nosso Senhor, sobre os “falsos profetas”. E estou refletindo que nós mesmos podemos ser “falsos profetas” uns para os outros, em nossas relações pessoais, quando exteriormente, prometemos bondade ou outro tipo de apoio ou até mesmo amor, enquanto interiormente somos egoístas ou até mesmo “vorazes”, como “lobos”. Quero dizer, talvez queiramos mais ser servidos pelos outros, do que servir; “obter” algo do outro, para além daquilo que lhe é adequado ou verdadeiro em suas capacidades e possibilidades, ao invés de oferecer-lhe compaixão e compreensão para as suas limitações.
Hoje, se me sinto insatisfeito com o comportamento de outra pessoa no que se refere a mim, ou se faço perguntas como: “por que não foi ele/ela…?” (que ofereceu-se para ajudar, ou que elogiou o meu trabalho, ou que prestou atenção em mim, ou que me convidou, ou que respondeu adequadamente ao meu texto, ou com relação a qualquer outra coisa), que eu pare e inverta estas perguntas. Que eu entregue o comportamento dos outros às mãos misericordiosas de Deus e peça-Lhe para substituir qualquer “carência” em mim, ou as demandas dos outros, pelas Suas maneiras de ser, – de misericórdia, autodoação, paciência, humildade e compaixão. Senhor, que eu comece a fazer as perguntas certas, a respeito de como eu, e não outra pessoa, posso levar Sua mensagem, de amor carregando a cruz, um pouco melhor em minhas relações e meu mundo. “Vinde e habitai em nós, purificai-nos de toda mancha”, para que possamos ser “verdadeiros profetas” uns para os outros, ao invés de “lobos vorazes”. E “salvai nossas almas, Vós que Sois Bom!”.
Versão brasileira: João Antunes
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