“… e perdoa-nos as nossas dívidas, tal como nós perdoamos aos nossos devedores.” (Mateus 6͵12)
Meu “devedor” nº 1, estou percebendo, sou eu próprio. Há um monte de coisas que eu sinto que “deveria” estar fazendo, ou “deveria” ter feito, e que ainda não fiz. Então ando por aí com essa sensação de estar em “dívida”, também conhecida como “culpa”; isto é, de não ter “quitado”, ou alcançado suprir certas expectativas e até mesmo demandas, que tenho a respeito de mim mesmo, por motivos legítimos e também não-assim-tão-legítimos. Eu poderia, por exemplo, estar lamentando o fato de que não estou trabalhando naquele artigo que comecei a escrever, mas nunca terminei; ou que ainda não perdi aquele peso extra; ou ainda não arquivei devidamente os documentos empilhados na minha mesa; ou contribuído para a venda de bolos na igreja; ou feito uma chamada telefônica que devia ter feito há semanas; ou me esmerado no aprendizado do italiano; ou dito a coisa certa para aquele membro de minha família que estou tendo algum tipo conflito; ou confiado e, talvez, até mesmo amado a pessoa equivocada; ou o que quer que seja.
Mas aqui está um caminho a seguir: perdoar-me a mim mesmo. Não é a mesma coisa que a auto justificação. Perdão não significa mentir para mim mesmo sobre a “situação”. Significa aceitar a “situação”, como Deus aceita a “situação” totalmente disfuncional que é o nosso mundo, em Sua eterna fé em nós. Ele permite que certas coisas sejam deixadas pra lá, porque Ele não é o tirano que muitas vezes somos para nós mesmos. Ele tem fé em nós, para que possamos crescer e aprender, também através de nossas deficiências ou “dívidas” – quando estamos aquém do esperado.
Então que eu tenha fé na capacidade divina de Deus em perdoar, compartilhando essa qualidade d’Ele, e perdoando meu “devedor” nº 1, eu próprio. Acho que esta graça, do perdão, liberta-me do ressentimento para comigo mesmo e da frustração incapacitantes, tornando-me mais eficaz em fazer a próxima coisa certa, com humildade, apesar dos meus defeitos. Também me faz mais indulgente para com os demais, enquanto eu reduzo minhas demandas e expectativas com relação a eles, em humildade.
Versão brasileira: João Antunes
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