“Partindo dali, Jesus foi para junto do mar da Galileia. Subiu ao monte e sentou-se. Vieram ter com Ele numerosas multidões, transportando coxos, cegos, aleijados, mudos e muitos outros, que lançavam a seus pés. Ele curou-os, de modo que as multidões ficaram maravilhadas ao ver os mudos a falar, os aleijados escorreitos, os coxos a andar e os cegos com vista. E davam glória ao Deus de Israel.” (Mateus 15,29ss)
Aqui vemos Nosso Senhor Jesus Cristo permitindo ao mudo falar, ao aleijado andar e ao cego ver, ou seja, fazer o que a maioria das pessoas poderia fazer se não estivessem de algum modo incapacitadas. Ele também me liberta para fazer o que eu deveria ser capaz de fazer, como falar, andar e ver, quando os temores meramente humanos e egocêntricos me fazem andar em círculos em auto isolamento. A graça de Deus me leva para fora disso, então posso ser eu mesmo. Ou seja, o “eu” que Deus me chama a ser, a falar, a andar e a ver de acordo com minha vocação.
E Ele faz isso por mim com facilidade, porque Ele pode. Como fez Jesus, sentado, quando Ele subiu a um monte e “sentou-se” ali. Deus desata os nós da minha dúvida para comigo mesmo, da dúvida para com Deus, do ressentimento, da procrastinação, do desânimo e da preguiça, – e me ajuda a fazer, a falar e a ver a “próxima coisa certa”, o que quer que esta próxima coisa certa seja, em Sua graça. Eu sei, isso soa um pouco abstrato e sonhador, como o tipo de coisa que uma freira poderia dizer sobre Jesus. Mas em termos práticos, a graça de Deus, quando me abro a ela, me dá o tipo de paz, comigo e com as minhas responsabilidades, que me liberta para fazer “a próxima coisa certa”. Isto faz sentido, quando eu tento; quero dizer, quando de verdade tento me abrir à Sua graça, ao invés de somente falar sobre ela. Então que eu me reconecte com Ele hoje, por meio de um pouco de oração sincera, para que eu possa fazer o “certo” com Ele e, através d’Ele, o fazer “certo” para comigo e para com os demais, para que eu possa fazer, falar e ver como Ele faz com facilidade, sentado ali. Glória a Ti, ó Deus de Israel.
Versão brasileira: João Antunes
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