Sacerdote: “O que é Vosso do que é Vosso (Τὰ σὰ ἐκ τῶν σῶν, Твоя от твоих), nós Vos oferecemos (σοὶ προσφέρομεν, тебе приносяще) em tudo e por tudo (κατὰ πάντα καὶ διὰ πάντα, о всех и за вся).” (Oração Eucarística, Divina Liturgia)
O que “oferecemos” a Deus na Eucaristia já era Seu, em primeiro lugar. Nós oferecemos, ou reapresentamos, a Ele: 1. Os dons do pão e do vinho, e por eles “todo” o mundo material; e 2. Nós mesmos e “todos” os demais na Igreja, tanto vivos quanto adormecidos. Uma e outra vez, a cada Eucaristia, entregamo-nos inteiramente a Deus, “em tudo e por tudo”, para que não esqueçamos o domínio amoroso de Deus sobre tudo isso. E então, depois que, assim, entregamo-nos a nós e tudo o demais a Deus, Ele “retransforma” a nós e a tudo e “retorna” tudo a nós, transfigurado.
Somente somos capazes de “fazer isso” e “reapresentar” ao nosso Criador o que é d’Ele, porque Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, já “apresentou” isso ao Pai, em Sua própria entrega, na carne, para a vida do mundo. Como L. Bouyer escreve: “Não poderíamos oferecer nada de nós mesmos para ser reapresentado a Deus, mas somente o que o próprio Cristo ‘apresentou’ primeiro a Ele e nos ordena a recolocar diante d’Ele: a ‘memória’ de Sua paixão salvadora”.
Hoje, na Divina Liturgia, uma vez mais, que eu seja aliviado de carregar os fardos do mundo inteiro em meus próprios ombros. Que minha vida, todos e tudo o demais, sejam “tidos” por Deus, Que verdadeiramente “transforma” tudo, por Sua graça. “O que é Vosso do que é Vosso, nos Vos oferecemos por tudo e em tudo”.
Versão brasileira: João Antunes
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