“Nós, que misticamente representamos os querubins e cantamos à vivificante Trindade o hino trisaghion, afastemos de nós todo pensamento mundano, a fim de acolhermos o Rei do universo. Invisivelmente escoltado, pelos coros angélicos. Aleluia!” (Hino dos Querubins, Divina Liturgia de São João Crisóstomo)
Céu e terra entrelaçados. É disso que se trata o Cristianismo. Temos a experiência e expressamos esta unidade do céu e da terra de forma particularmente concentrada na Liturgia, quando podemos comparar-nos com os poderes celestiais e cantar sobre eles. Assim como eles cantam sobre nós, sobre o primeiro dia do aparecimento de Cristo entre nós, no Seu nascimento: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado (ἐν ἀνθρώποις εὐδοκίας)” (Lucas 2,14).
É Ele, o Deus-Homem, Que unifica o terreno e o celestial, em Sua Encarnação. Ele reúne tudo isso, e todos nós, em Sua pessoa humano-divina. Ele supera o meu auto-isolamento, minha tendência de fechar-me em mim mesmo em autoconfiança e egocentrismo, e une-me novamente com o Criador e toda a criação, em Si mesmo. Reunir tudo, trazendo de volta o anteriormente separado, em última análise, é isso o que estamos celebrando em Sua vinda, na festa da Natividade que se aproxima. É também aquilo que celebramos em cada Divina Liturgia: unindo novamente n’Ele.
Então hoje, vou mais uma vez, “afastar de mim todo pensamento mundano”, desafogando-me do egocentrismo, e “acolher o Rei do universo. Invisivelmente escoltado, pelos coros angélicos”, – e visivelmente por todos nós. Glória a Ele.
Versão brasileira: João Antunes
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