“Mas, até mesmo se nós ou um anjo do céu vos anunciar como Evangelho o contrário daquilo que vos anunciamos, seja anátema. Como anteriormente dissemos, digo agora mais uma vez: se alguém vos anuncia como Evangelho o contrário daquilo que recebestes, seja anátema. Estarei eu agora a tentar persuadir homens ou a Deus? Ou será que estou a procurar agradar aos homens? Se ainda pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1,8ss)
Ao ler essa passagem, fico impressionado com a liberdade da tradição que nos foi transmitida pelos apóstolos. Não é uma tradição que se baseia na autoridade ou obediência a qualquer autoridade que não seja a de Deus, seja a autoridade apostólica ou mesmo a de “um anjo do céu”. O apóstolo também não é obrigado, em seu ministério, a querer agradar a todo mundo. Tanto os líderes da igreja quanto seu rebanho são obrigados a ser fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo, que nos liberta das codependências meramente humanas quando nos tornamos Seus “servos”. Não é um caminho fácil, a cruz da liberdade, mas é para ele que Deus nos chama, para que possamos nos tornar mais ativos e mais semelhantes a Ele, e não permanecermos presos nos círculos do egocentrismo.
Que eu volte a me concentrar em Sua voz nesta manhã, sem procurar querer agradar a todo mundo ou a quaisquer outras vozes que possam tentar me derrubar ou me afastar do Evangelho que sustenta a vida que recebemos. Senhor, ajuda-me a ajudar a mim mesmo, a guardar meu coração, meus olhos e ouvidos, a me concentrar nas responsabilidades dignificantes para as quais o Senhor me convida hoje, para que eu não fique exausto pelos medos descabidos de tentar querer agradar a todo mundo. “As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me. Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão-de perecer jamais, nem ninguém as arrancará da minha mão” (João 10,27s).
Versão brasileira: João Antunes
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