“Não se emendarão esses obreiros do mal, eles que devoram meu povo como quem come pão? Eles não invocaram o Senhor. Foram tomados de terror, não havendo nada para temer.” (Salmo 52/53,5s – Septuaginta)
Este Salmo está descrevendo aqueles de nós que “devoram” os demais, porque nós somos “tomados de terror, não havendo nada para temer”. E isso faz muito sentido, se prestarmos atenção às razões pelas quais “devoramos”, ou ao menos atacamos, os demais. Podemos fazer isso internamente, na forma de ressentimentos silenciosos, ou exteriormente, — às vezes em formas “sutis” como o sarcasmo passivo-agressivo ou a obstrução passiva, ou em formas “menos sutis” como o espalhar fofocas maliciosas, ou “fake news” sobre “eles”. A principal razão por baixo disso, e da maioria dos nossos outros padrões pecaminosos, é o medo. E não é o tipo bom de medo — o único tipo bom , — que é o temor de Deus. Estes são os tipos meramente humanos, que são, para nomear os mais populares: 1. o medo das pessoas e suas opiniões, 2. o medo da insegurança financeira, e 3. o medo de ser sozinho.
Mas, para temer esses medos, como o Salmo citado acima me diz, significa temer “não havendo nada para temer”. Esses medos não são “reais”, aos olhos de Deus; nem são “reais” aos olhos de alguém que abraça a fé em Deus. Porque a fé é o oposto do medo. Quando Deus está “realmente” na minha vida; quando eu “realmente” permito que Deus seja Deus na minha vida, ao invés de tentar brincar de Deus eu mesmo, tentando controlar tudo e todos, juntamente com o seu comportamento, então eu sou aliviado de carregar em meus próprios ombros o peso de todas as “situações” do meu mundo, e do “medo” resultante de não ser capaz de lidar com isso.
Então, que eu permita que Deus seja Deus na minha vida hoje, e em espírito de oração entregue a Ele tudo aquilo que está além do meu controle. “Seja feita a Tua vontade” com todos nós hoje, meu amoroso e todo-conhecedor Deus, “assim na terra como no céu”.
Versão brasileira: João Antunes
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