SABEI QUE ELE ESTÁ PRÓXIMO

Caríssimos, esta é a segunda carta que vos escrevo. Tanto numa como noutra, apelo às vossas recordações para despertar em vós uma sã compreensão, e para vos lembrar as predições dos santos profetas, bem como o mandamento de nosso Senhor e Salvador, ensinado por vossos apóstolos. Sabei, antes de tudo, o seguinte: nos últimos tempos virão escarnecedores cheios de zombaria, que viverão segundo as suas próprias concupiscências. Eles dirão: ‘Onde está a promessa de sua vinda? Desde que nossos pais morreram, tudo continua como desde o princípio do mundo’. […] Mas há uma coisa, caríssimos, de que não vos deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam.” (II Pedro 3,1-4.8s)

Temos uma percepção do tempo diferente daquela que o nosso Criador tem. Portanto, não costumamos a viver em expectativa imediata da “segunda” vinda do Senhor, assim como muitos dos primeiros cristãos. Mesmo Cristo lhes dizendo, em relação ao fim do seu mundo, “… sabei que o Filho do Homem está próximo, à porta. Em verdade vos declaro: não passará esta geração antes que tudo isso aconteça…” (Mateus 24,33s). Estes cristãos não “viam” seu mundo chegar ao fim, assim como nós também não vemos, porque não nos é dado ver o futuro. Assim, pareceu-lhes, como a nós, que Ele é “lento com relação à sua promessa”.

Mas São Pedro buscando “despertar em nós uma sã compreensão” para um senso de urgência, em relação ao tempo precioso e limitado com o qual somos abençoados. O apóstolo nos desperta para o fato de que o Senhor não está sendo “lento”, mas está “retardando”, abençoando-nos com o tempo, dentro do qual somos chamados a fazer uma mudança consistente e positiva chamada “arrependimento”. O Senhor está “próximo, à porta”, mesmo quando Ele nos abençoa com um tempo indeterminado, que em Sua visão omnisciente pode ser “como um dia”, porque Ele pode ver o fim, enquanto que para nós isso pode parecer como mil anos, se estendendo adiante de nós (assim como se estende atrás de nós). Mas que eu não tome o tempo futuro como garantido hoje, por causa do simples fato de que ele não é “garantido”, em qualquer medida que me é dado a saber. Que eu aproveite este dia, e faça alguma mudança positiva em direção ao Senhor, que está sempre “próximo, à porta” da minha pequena vida. “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”, digo a Ele, desde o fundo do meu coração, “e perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos tem ofendido”. Amém!

Versão brasileira: João Antunes

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