“Quando ia passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto da arrecadação e disse-lhe: ‘Segue-me’. E Levi, levantando-se, seguiu-o. Em seguida, pôs-se à mesa na sua casa e muitos cobradores de impostos e pecadores tomaram lugar com ele e seus discípulos; com efeito, eram numerosos os que o seguiam. Os escribas, do partido dos fariseus, vendo-o comer com as pessoas de má vida e publicanos, diziam aos seus discípulos: ‘Ele come com os publicanos e com gente de má vida?’. Ouvindo-os, Jesus replicou: ‘Os sãos não precisam de médico, mas os enfermos; não vim chamar os justos, mas os pecadores’.” (Marcos 2,14-17)
Então Levi levantou-se e “seguiu” a Jesus, — para onde? Aparentemente, primeiro para sua própria casa, porque logo depois que o Senhor chama o cobrador de impostos, nós O encontramos “posto à mesa em sua casa”. Estou pensando que o Senhor faz algo semelhante com muitos de nós, quando nos permitimos responder ao Seu chamado e sermos conduzidos por Ele: Ele primeiro “nos traz para casa” e nos (re)introduz à sã comunhão com nós mesmos; com companheiros “enfermos” que, como nós, estão precisando de um médico. E pela comunhão “sã” me refiro ao tipo que acontece quando Ele está lá em nosso meio, quando O deixamos estar.
Hoje, conforme entramos no terceiro fim de semana da Quaresma, quando veneramos a Cruz Vivificadora, que eu permita que o Senhor “me leve para casa”, e me (re)introduza à sã comunhão com meus entes queridos, que, como eu, estão precisando de um médico. E que eu me recorde que enquanto estamos, de fato, todos “enfermos”, estamos bem, em Sua presença. Ele vem e “põe-Se” conosco, como nós somos. “Lembra-te de mim, Senhor”, digo hoje com o ladrão penitente na cruz, “quando tiveres entrado em Teu Reino!”. Posso estar sofrendo, como estava aquele ladrão penitente, mas como ele, não estou sozinho na minha cruz, mas com o meu Senhor co-sofredor bem ao meu lado, levando-me à Nova Vida n’Ele.
Versão brasileira: João Antunes
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