ALEGRA-TE, (MESMO) SEM CÔNJUGE!

Salve, Esposa Imaculada (sem um noivo)! / Χαίρε, Νύμφη Α-νύμφευτε. / Радуйся, Невесто не-невестная.” (Refrão, Akathistos à Theotokos)

No Akathistos à Theotokos, comemorado neste 5º sábado da Quaresma, louvamos à Mãe de Deus não só por quem/o que ela “é” e “tem”, mas também pelo que ela “não” é, ou seja, “maculada”, e o que ela realmente “não” tem, que é um cônjuge ou noivo, portanto, nós a louvamos como “Α-νύμφευτε”, ou aquela “sem um noivo” (sem um “νυμφίος”).

É este o motivo para a celebração, o fato de que a Santíssima Theotokos não tinha “um noivo/cônjuge”, no sentido usual, em sua vocação específica, de trazer nosso Senhor ao mundo? Sim, aparentemente é, conforme este fato particular é louvado repetidamente, no refrão do Akathistos. Porque era difícil, estar sozinha, como o único pai ou mãe (humanos) para seu Filho. Seu “noivo/cônjuge”, o Justo José, certamente ajudou ao longo do caminho, mas ele não era um “pai” como ela era, e ela nem sequer tinha a suficiente “conexão” com ele para confidenciar-lhe a “boa notícia” da Anunciação, que foi revelada a ele não por ela, mas em um sonho (Mateus 1,19s). Ela tinha um “ajudante”, é o que estou assinalando, mas não um “noivo/cônjuge”, em quem ela podia confiar e compartilhar todo o peso de sua vocação.

Assim, permitam-me dizer isto a quaisquer pessoas que “não tenham um cônjuge” em suas vocações, em suas vocações para trazer Cristo ao nosso mundo: sejamos gratos hoje, e encorajados, por quaisquer “ajudantes” que Deus possa nos enviar, mesmo que não sejam “coparentais” às nossas vocações na maneira que possamos necessitar ou esperar. Que todos nós, que somos solteiros, ou divorciados, ou casados e solitários, nos inspiremos na Santíssima Theotokos, que “se regozija” em sua difícil vocação, de trazer Nova Vida ao nosso mundo quebrado, apesar de suas realidades, por vezes não convencionais, da parceria “conjugal”. “Salve, Esposa Imaculada!”

Versão brasileira: João Antunes

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