SANTOS PEDRO E PAULO - Café com a Irmã Vassa

“A sua voz se estende por toda a terra, e as suas palavras até os confins do mundo.” (Salmo 18/19,4 – Canto da Comunhão para a Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo)

Hoje, quando nossas igrejas que seguem o Calendário Juliano Tradicional celebram a grande festa dos Santos Pedro e Paulo, referimos neste versículo do salmo à “voz” e às “palavras” dos Santos Apóstolos, seres humanos falíveis, mas inspirados pela fé, que ficaram célebres por certos altos e baixos, em suas jornadas carregando a cruz. Ao mesmo tempo em que eles eram limitados, e não viajavam fisicamente “por toda a terra”, nem “até os confins do mundo”, sua “voz” unificadora e suas “palavras” salvíficas se espalharam continuamente, passando de geração em geração “até os confins do mundo”, por meio da “Tradição”. E essa “Tradição” (do latim “tradere”, que significa “passar adiante” ou “entregar”) continua sendo “passada adiante” por diferentes seres humanos falíveis, e de maneiras diferentes; de boca em boca, pela palavra escrita, pela música inspirada na fé e por outras formas de criatividade humano-divina, e pelas imagens sagradas, seja do tipo pintado ou do tipo que vive e respira, nos “ícones vivos” que são os seres humanos falíveis, mas inspirados pela fé. Eles testemunham o Caminho pregado pelos apóstolos de Jesus Cristo, o Caminho da Cruz, através de suas vidas cotidianas, por seus altos e baixos, e também por suas mortes.

Assim conforme celebramos os Santos Apóstolos hoje, que suportaram certos altos e baixos bem conhecidos, como registrado nas Escrituras do Novo Testamento, também celebramos a Igreja “apostólica”, que suporta e testemunha a Cristo até hoje, através de todos nós, mesmo através da realidade “desordenada” que é a nossa jornada carregando a cruz. Em nosso mundo globalizado, e no “aquário” que todos vivemos na era das mídias sociais, no qual nossos altos e baixos são mais do que nunca expostos para que todos vejam “até os confins do mundo”, que Cristo navegue pelas águas às vezes “desordenadas” do meu pequeno aquário, para que toda a minha “desordem” possa testemunhar Sua misericordiosa redenção e orientação. Santos Apóstolos, rogai a Deus por nós!

Versão brasileira: João Antunes