“Ouvi: Saiu o semeador a semear. Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda; mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou. Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto. Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem.” (Marcos 4,3-8)
Nesta parábola, o Senhor está falando sobre Si mesmo (o “semeador”), e Sua palavra (a “semente”), e todos nós (os distintos tipos de “terra”), que ouvimos Sua palavra e depois a abraçamos ou a ignoramos, de maneiras diferentes. Isso me faz pensar em uma conversa que certa vez ouvi em um almoço na igreja: Uma mulher disse ao padre: “Padre, vou à igreja e sou muito ativa nessa paróquia; Frequento as aulas de Estudos Bíblicos semanalmente; Leio livros salutares e tenho todos esses aplicativos no meu telefone, desde leituras diárias das escrituras até oradores inspiracionais… Mas não tenho paz e não sinto que realmente oro a Deus”. E o padre lhe responde: “Bem, enquanto você faz tudo isso, provavelmente você não deixa Deus falar com você”.
Não fui eu quem falou com esse padre, mas percebi que eu precisava ouvir sua resposta muito sábia. Isso me recordou de que Cristo muitas vezes pode “semear” Sua palavra, ou seja, jogá-la em minha direção, mas ela pode estar ricocheteando, definhando ou murchando, porque de alguma forma (talvez inadvertidamente) estou tentando fazer minha própria “semeadura”, por meio de minhas próprias atividades e palavras.
Hoje com gratidão recordo Quem é o “semeador”. Não é o meu próprio dizer ou fazer que inicia e possibilita o meu crescimento. Devo primeiro aquietar, n’Ele, a fim de receber, d’Ele, e depois falar ou agir, n’Ele. “Parai”, Ele me diz, “e reconhecei que sou Deus” (Salmo 45/46,11).
Versão brasileira: João Antunes
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