“Mas as almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará. Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado como uma desgraça. E sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na paz! Se aos olhos dos homens suportaram uma correção, a esperança deles era portadora de imortalidade, e por terem sofrido um pouco, receberão grandes bens, porque Deus, que os provou, achou-os dignos de si. Ele os provou como ouro na fornalha, e os acolheu como holocausto. Os que põem sua confiança nele compreenderão a verdade, e os que são fiéis habitarão com ele no amor: porque seus eleitos são dignos de favor e misericórdia.” (Sabedoria 3,1-6.9)
As coisas não são o que parecem, “aos olhos dos homens”, quando se trata de nossa jornada carregando a cruz. Quão libertadora é essa palavra divina, essa perspectiva divina, para qualquer um hoje intimidado, desde dentro ou desde fora, pela “tirania do presente”. Porque a fé, como Carl Jung observa, “constrói uma reserva, por assim dizer, contra a força óbvia e inevitável das circunstâncias às quais todos estão expostos, as quais vivem apenas no mundo exterior e não têm outro fundamento embaixo de seus pés, exceto o chão”.
Quando “colocamos nossa confiança n’Ele”, nos é dado “estar na paz” em meio a supostas “desgraças” e “destruição” — não porque somos perfeitos ou sem falhas, mas porque estamos dispostos a “sofrer um pouco” em Sua verdade e Seu amor. A vontade me abre para o “favor e misericórdia”, à medida que avanço entre bons e maus, para “compreender a verdade”, em vez de ser influenciado pela última tendência da opinião humana. “Seja feita a Tua vontade”, digo hoje, ao escolher ser “eleito” pela mão de Deus, em vez de ser atormentado pelos “olhos dos insensatos”.
Versão brasileira: João Antunes
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