“Tomarei o Cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.” (Salmo 115,4/Salmo 116,13)
Este verso do salmo funciona como o “Verso da Comunhão” (Hirmós) para todas as festas litúrgicas em honra à Mãe de Deus, incluindo a festa da Proteção (Покрова) da Santíssima Mãe de Deus e Sempre Virgem Maria, hoje celebrada por aqueles de nós no Calendário Juliano Tradicional. Por quê? — E não quero dizer “por que” no Calendário Juliano Tradicional, embora seja uma boa pergunta, mas — por que esse verso para todas as festas marianas?
A Mãe de Deus está sendo louvada pelo “cálice” da cruz, sobre o qual Nosso Senhor orou naquela noite no Getsêmani, para que Lhe fosse afastado, se possível (Mateus 26,39). Ela co-carregou a cruz, com seu Divino Filho, em uma extensão maior do que qualquer outro cristão, do que qualquer outro co-portador de Sua cruz, alguma vez tenha carregado. É por isso que, em várias festas da Theotokos, também temos a leitura da Epístola de Filipenses 2,5-9, que nos chama a recordar de Sua cruz e ter o mesmo “sentimento” pela Cruz (como fez a Theotokos): “Tende em vós os mesmos sentimentos de que Jesus Cristo estava animado… [Ele] humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2,5a.8b). A Mãe de Deus não apenas teve esse mesmo “sentimento” de carregar a cruz, de amar como o Cristo e, portanto, de ter uma jornada semelhante à de Cristo; Ela também é capaz de se relacionar com as nossas jornadas carregando a cruz e ter compaixão por nós em nossas dificuldades ao longo do Caminho.
Hoje, ao celebrarmos a “Proteção”, e as intercessões por todos nós, da Santíssima Theotokos, que eu lhe peça por seu socorro e orientação em minha jornada carregando a cruz, à qual todos somos chamados: “Tende em vós os mesmos sentimentos”, diz-me o apóstolo, “de que Jesus Cristo estava animado”. Como também dela, Cheia de Graça, peço sua ajuda sempre que “minha lâmpada se está apagando” (Mateus 25,8).
Versão brasileira: João Antunes
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