“A senhora Loucura é irrequieta, uma tola que não sabe nada. Ela se assenta à porta de sua casa, numa cadeira, nos pontos mais altos da cidade, para convidar os viandantes que seguem direito seu caminho. ‘Quem for simples venha para cá!’. Aos insensatos, ela diz: ‘As águas furtivas são mais doces e o pão tomado às escondidas é mais delicioso’. Ignora ele que ali há sombras e que os convidados da senhora Loucura jazem nas profundezas da região dos mortos.” (Provérbios 9,13-18)
Aqui, no final do Capítulo 9 do Livro de Provérbios, a “tolice” ou a “Loucura” é personificada como uma mulher. Mas note que o oposto de “loucura”, ou seja, a “Sabedoria”, também é personificada como uma mulher no início deste mesmo capítulo. A “tolice” também pode ser definida, em geral, como “pecado”, porque o pecado nos chama, quando “seguimos direito nosso caminho”, para sair de nosso caminho, para beber e comer doce e agradavelmente com um completo estranho, sua comida “furtiva” e em sua estranha “casa”.
Mas eu não devia aceitar doces de estranhos, como os meus pais me ensinaram há muito tempo. Já sou alimentado pelas circunstâncias, bênçãos e desafios específicos, do “lugar” de Deus para mim. E esse “lugar” é a minha vocação específica, que não está sentada “nos pontos mais altos da cidade”, como está a tolice, mas nas “profundezas” da honestidade e do realismo gentil que é a humildade.
Por isso, que eu mantenha o meu “caminho direito” hoje, mesmo quando ele se tornou mais estreito nesta 3ª semana da Quaresma, por causa das restrições ligadas ao Coronavírus. Que eu seja renovado, e cresça, por meio do jejum com os sábios, em vez de me banquetear com os tolos. Senhor, “concede a mim, teu servo, um espírito de integridade, de humildade, de paciência e de amor”, nesta terceira quarta-feira da Quaresma. Amén!
Versão brasileira: João Antunes
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