“Olhares altivos ensoberbecem o coração; o luzeiro dos ímpios é o pecado. Os planos do homem ativo produzem abundância; a precipitação só traz penúria.” (Provérbios 21,4s)
Ao longo da nossa jornada quaresmal, há quase seis semanas que temos tido uma leitura, nas Vésperas durante a semana, do livro mais “prático” da Bíblia, o Livro de Provérbios. Estas leituras, (incluindo a acima citada, que foi lida nesta terça-feira), oferecem-me textos práticos, do tipo “como fazer”, de sabedoria antiga, sobre uma vida sábia e saudável. Temos estas leituras especificamente durante a Quaresma, porque a Quaresma é, entre outras coisas, um tempo de renovação tanto física como espiritual; de trabalho, de alimentação, de orações, de descanso saudáveis e de “fazer planos” saudáveis para tudo isto, no dia a dia. E estou considerando-os particularmente úteis agora, quando muitos de nós somos confrontados com os desafios da autodisciplina em quarentena. Na passagem acima citada, sou recordado de ter uma abordagem para todos os dias com 1. Humildade, que é uma espécie de honestidade gentil para comigo e para com o próximo, em vez de ilusões, e com 2. Um “plano” que é “ativo” em vez de “precipitado”, o que significa que devo ter persistência e perseverança, ao longo de todo o meu “plano” ou agenda para hoje.
Ao aproximar-se o final da Quaresma, com os “quarenta” dias completando-se nesta sexta-feira, volto a tomar as suas ferramentas úteis, como os fragmentos de sabedoria da leitura acima citada, e deixo-as advertir o meu dia de trabalho. E se a dada altura perdi o meu foco quaresmal, ao longo desta jornada de quase seis semanas, adoto novamente a perseverança, a humildade e a diligência esta manhã, encorajado por este novo dia, mais um dia de renovação quaresmal, que me foi oferecido esta quinta-feira. “Senhor e Mestre de minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça, de abatimento, de domínio, de loquacidade”.
Versão brasileira: João Antunes
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