“Ó Cristo Deus, Tomé pôs sua mão incrédula (Τῇ φιλοπράγμονι δεξιᾷ / Любопытною десницею)
no Teu lado que dá a vida,
pois, quando entraste, estando as portas fechadas,
ele aclamou com os outros discípulos:
És meu Senhor e meu Deus!”
(Kondakion do Domingo de Tomé)
“Quem impediu que a mão do discípulo fosse derretida quando ele se aproximou do lado ardente do Salvador? Quem lhe deu tanta audácia, para poder tocar esta porta ardente? Certamente foi Aquele que foi tocado, pois se Ele não tivesse dado esse poder a uma mão feita de barro, como ela poderia ter tocado as feridas que sacudiram tanto o céu como a terra? E Tomé recebeu a graça de tocar em Cristo e aclamar: Tu és meu Senhor e meu Deus.” (Ikos)
A hinografia do Domingo de Tomé, cantada repetidas vezes nos dias de semana desta 2ª Semana depois da Pascha, ajuda-nos a contemplar o que significa o “pôr a mão” de Tomé nas feridas do Senhor ressuscitado, e porque isso é relevante para “os outros discípulos” — e para nós.
O que isso significa, em termos simples, é que mesmo quando as nossas “portas” estão fechadas para a comunhão com Ele, Cristo vence os nossos obstáculos, oferecendo-se a Si mesmo, e crucificando-se a Si mesmo, a nós, como o nosso Caminho e a nossa Porta de entrada de volta à comunhão. Porque somos essencialmente impotentes para destrancar as portas dos nossos corações, quando deslizamos nas várias formas de egocentrismo, da falta de Deus e do medo. As próprias feridas de Cristo são chamadas de “porta ardente”, no Ikos acima citado, porque é através delas, através da participação em Seu Caminho de carregar a cruz, que entramos e voltamos a entrar em comunhão com Deus e uns com os outros.
Portanto, que eu pegue a minha cruz hoje, mais uma vez, e enfrente as coisas com fé, em vez de as evitar com medo. Assim, estendo a mão e toco as feridas de Cristo, Que é Aquele que “vem” apesar das minhas portas fechadas. E digo com Tomé e o resto de nós: “És meu Senhor e meu Deus!”.
Versão brasileira: João Antunes
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