O DIA DO ESPÍRITO SANTO

Cria em mim um coração puro, ó Deus; e renova em mim um espírito reto. Não me lances para longe do Teu rosto; e não tires de mim o Teu espírito santo. Dá-me de volta a alegria da Tua salvação; e sustenta-me com espírito liderante.” (Salmo 50,12-14; cf. Septuaginta, tradução ao Português por Frederido Lourenço)

Esta segunda-feira, o dia logo a seguir ao Pentecostes, chama-se “O Dia do Espírito Santo”, porque é tradicional para o nosso calendário eclesiástico celebrar o(s) “ator(es)” principal(is) de uma grande festa um dia depois da festa (por exemplo, um dia depois do Natal celebramos a Theotokos; um dia depois da Teofania/O Batismo do Senhor celebramos São João Batista; um dia depois d’O Encontro do Senhor celebramos os Santos Simeão e Ana). Assim, hoje “celebramos” (do latim “celebrare” que significa “reunir para honrar”) o Espírito Santo de uma maneira especial, ainda que registremos com gratidão a Sua presença vivificante nas nossas vidas, diariamente, como no muito recitado Salmo 50, reproduzido acima.

O Salmo 50 me ensina a reconhecer que o Espírito Santo, o “Bom”, está sempre presente para mim, o pecador. Assim como Ele estava presente para o Rei David, o autor deste Salmo, que o compôs enquanto se arrependia, tendo cometido adultério e assassinato. “Não tires de mim o Teu Espírito Santo”, diz David, não duvidando que o Espírito Santo está com ele, em seu arrependimento, — daí que David reze para que Ele “não” lhe seja “tirado”. O Salmo também me ensina a querer e pedir a “renovação” do Seu Espírito “reto” “em mim” — não porque o próprio Espírito Santo possa ficar velho ou enferrujado, mas porque eu, “em mim”, posso escorregar para “velhos” hábitos, de conversar com espíritos “errados”, que me fazem andar em círculos inúteis, para que eu não avance e cresça como Deus quer que eu cresça.

Hoje escolho sair dos círculos, mais uma vez, deixando Deus “renovar” e “sustentar-me” no terreno firme e fértil de Seu Espírito vivificante. N’Ele, e pela Sua graça, recebo uma nova e saudável perspectiva das coisas, como gratidão e humildade, para poder fazer a próxima coisa “certa”, de acordo com o Seu propósito para mim. “O Teu espírito bom guiar-me-á em terra plana (ἐν γῇ εὐθείᾳ, на землю праву)” (Salmo 142,12; cf. Septuaginta).

Versão brasileira: João Antunes

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