O JUÍZO HUMANO ACERCA DE UMA COISA BOA

Apresentaram-lhe, depois, um possesso cego e mudo. Jesus o curou de tal modo, que este falava e via. A multidão, admirada, dizia: ‘Não será este o filho de Davi?’. Mas, ouvindo isso, os fariseus responderam: ‘É por Beelzebul, chefe dos demônios, que ele os expulsa’. Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, disse: ‘Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir. Se Satanás expele Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, pois, subsistirá o seu reino? E se eu expulso os demônios por Beelzebul, por quem é que vossos filhos os expulsam? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus…’.” (Mateus 12,22-28)

O “partido” dos fariseus tendia a “distorcer”, de forma negativa, tudo e qualquer coisa que Jesus e os seus seguidores faziam, — mesmo as coisas obviamente boas, como permitir a um homem cego e mudo tanto falar como ver. Acho muito comovente, como o nosso Senhor toma tempo para explicar-lhes o óbvio: “Olha”, Ele diz, “não só eu, mas também os teus filhos, os Meus seguidores, estamos ‘expulsando’ os vilões aqui, — por isso não estamos obviamente do lado deles”. Mas esta explicação está perdida para eles, porque os fariseus não estão interessados no assunto em questão, nem nos fatos. Não, eles estão interessados em desacreditar Aquele Que “não é” do seu “partido”

Assim é com nossa política partidária: mesmo as boas ações dos que não são do “nosso” partido são interpretadas de forma negativa, mesmo que essa mesma ação, se fosse feita por um de “nós”, teria sido celebrada por “nós”. Porque em nossa política partidária, deixamos de abordar, ou de lutar por/contra, o bem/mal de qualquer tema, e em vez disso começamos a lutar uns pelos outros/uns contra os outros, através de linhas partidárias.

Que eu tente, neste clima político polarizador, discernir o “bem” do “mal” de certas questões e ações, enquanto rezo pelos “atores” no meio de nossa liderança política, como me é ordenado, como cristão: “Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade” (1 Timóteo 2,1s). Pois acho que rezar pelos nossos líderes políticos me ajuda a amá-los, — mesmo quando não gosto deles, — e a fazer por eles como faço por aqueles que amo; e isto é, dar-lhes o benefício da dúvida, quando fazem boas ações que podem ser “distorcidas” como más.

Versão brasileira: João Antunes

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