PERDÃO

Por isso, o Reino dos Céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos. Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida. Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo!’. Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida. Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: ‘Paga o que me deves!’ O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei!’. Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida…” (Mateus 18,23-30)

Por que é que por vezes sou levado à ira contra meus “devedores”; contra aqueles, por exemplo, que não cumpriram suas promessas para comigo, ou que não se comportaram comigo como realmente “deveriam” ter se comportado, de acordo com suas responsabilidades, quer profissionais quer pessoais? Porque eu esqueço. Sim, porque costumo me esquecer das muitas vezes que eles me “livraram a barra”, tendo negligenciado fazer o que eu “deveria” ter feito, de acordo com as minhas responsabilidades para com Deus e para com os outros. Muitas vezes, negligenciei dizer um simples “Obrigado” a Deus, pelos Seus muitos pequenos e grandes milagres em minha vida; também negligenciei, por vezes durante meses, fazer um simples telefonema a um ente querido solitário, à espera de minha chamada; e a lista continua. Mas hoje, no entanto, continuo a ser amado e abençoado por Deus e por estas pessoas, porque elas e Deus deixaram de lado, repetidamente, as minhas “dívidas”.

Senhor, que hoje eu me recorde, em sincera gratidão, quanto e quantas vezes fui perdoado, se sou levado à ira contra um “devedor”. Que eu deixe essas coisas de lado, varrendo-as do meu coração com uma lufada de gratidão. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores, e assim como Tu e eles, tantas vezes, já nos perdoaram. Amén!

Versão brasileira: João Antunes

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